17 de ago. de 2012

Natália se emociona com chance e ouro em Londres: "Minha carreira correu riscos"

A ponteira Natália era uma das mais empolgadas na comemoração do bicampeonato olímpico da seleção brasileira de vôlei. Cantou, acenou para o público durante a carreata, ensaiou um "tchu tcha tcha" em cima do carro dos Bombeiros e festejou muito. Também pudera: ela era dúvida para os Jogos até a véspera da competição, já que não estava completamente em forma após a recuperação de duas graves cirurgias na canela. Em entrevista coletiva, ela se emocionou, e revelou que temeu o fim de sua carreira. 
"Quando a gente foi campeão, eu agradeci o Zé. Não era só a Olimpíada que estava em jogo, mas também a minha carreira. Foram duas cirurgias, a primeira em junho do ano passado. Mais de um ano afastada, não é fácil. A chance de estar em Londres já era uma vitória pessoal para mim", declarou a jogadora, com os olhos cheios de lágrima, durante coletiva na chegada ao Brasil, nesta segunda.
Aos 23 anos, a jogadora teve, de fato, que se superar para ir à capital inglesa. No começo de junho de 2011, um exame constatou que as dores que a atleta tinha na canela esquerda havia cinco meses, e que haviam piorado no fim da Superliga, eram devido a um pequeno tumor. No dia 2 ela realizou uma cirurgia para a retirada do tumor.




Depois de aproximadamente dois meses e meio, voltou a saltar e a treinar com bola. Neste período, manteve a forma física e realizou exercícios com os membros superiores do corpo. O problema é que conforme a intensidade dos treinamentos aumentava, as dores voltavam. Veio, então, mais uma etapa do drama. O tumor havia voltado. Em 20 de dezembro ela realizou a segunda cirurgia, e teve previsão de volta estimada para três meses.
A recuperação não foi simples. Natália, que era para estar em quadra em fevereiro, chegou em julho ainda sem atuar e completamente sem ritmo de jogo. Treinou com o grupo da seleção brasileira, fez saltos gradativos e foi dúvida até o último instante. Zé Roberto confiava e contava com a atleta para Londres, por sua agressividade no ataque e pela importância dela no grupo. O técnico levou Camila Brait de sobreaviso para os Jogos. Mas apostou naquela que considera uma das maiores revelações do vôlei feminino nos últimos anos.
"Apesar de não ter ajudado a equipe como eu poderia em quadra, a força que dei fora, a alegria que passei, foi importante. Não tenho palavras para descrever o que foi fazer parte disso tudo. Superação é algo que sempre tive, e em todo momento eu acreditei que daria para estar em Londres. Por isso, nós tínhamos de acreditou no ouro também o tempo todo", completou, antes de ser abraçada por Fernandinha.




Fonte: Mundo do vôlei

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