24 de jul. de 2012

Unidas no riso e no choro, Natália e Brait dividem tensão por último corte


Melhores amigas, com direito a tatuagem igual, dupla disputa vaga na seleção de vôlei em Londres. Decisão sai na quinta


Aconteça o que acontecer, Natália e Camila Brait têm uma certeza: compartilharão juntas o sorriso e o choro do corte que será anunciado por José Roberto Guimarães na próxima quinta-feira, data limite para confirmação das atletas nos Jogos Olímpicos de Londres. Melhores amigas, as duas disputam a última vaga na lista de 12 representantes do Brasil na luta pela manutenção do título olímpico e dividem a apreensão por uma decisão que depende basicamente das condições físicas da ponteira, que se recupera de uma cirurgia na canela.





- Se a Natália estiver em condições de jogar, vai ser incluída na lista das 12. Já está, mas aí vai ser efetivada – deixou claro José Roberto.
A situação estreita ainda mais a relação da dupla, que tem 23 anos, jogou junta no Osasco (hoje a atacante defende o Rio de Janeiro) e tem a mesma tatuagem, com o símbolo da amizade. Mais tranquila que a líbero, Natália procura acalmar Camila quando a ansiedade toma conta e lembra que, independentemente da decisão, o companheirismo entre elas é o mais importante.
- É complicado demais. Até porque ela é meio desesperada, meio nervosa. Eu sempre falo: “relaxa”. Apesar dessa situação que estamos vivendo, tento pensar o menos possível nisso, de que posso ser cortada. Está na mão do Zé, de Deus, e se estamos aqui é porque podemos de algum jeito ajudar. Se eu ficar ou se ela ficar, vamos torcer uma pela outra. Nossa amizade é maior do que qualquer coisa.
A expectativa pelo anúncio final está evidente nas palavras de Camila Brait. Entretanto, se a postura é mais elétrica que a de Natália, a certeza é a mesma: o capítulo Londres só tem engrandecido ainda mais a relação de amizade entre as duas.



- No voo, eu comentei com a Natália que espero nunca mais passar por essa situação. E se passar, que não seja com ela. É um momento difícil e delicado para nós duas. Jogamos muito tempo juntas. Não estamos mais na mesma equipe, mas a amizade sempre continuou muito forte.

Natália confiante em recuperação

Apesar da tensão entre as amigas, a tendência é que Natália seja mantida na lista. Presente no período de preparação para os Jogos, ela garante estar bem fisicamente, mesmo que ainda sinta um incômodo na canela, o que considera normal.
- Não tenho nenhum problema na parte física, está tudo bem, mas ainda sinto um incômodo no lugar da cirurgia. Com o tempo tenho evoluído, e o incômodo tem diminuído. Por ter sido ósseo, demora um pouco mais para sarar. É algo normal, até por conta do enxerto. Está tranquilo.


A aposta de José Roberto Guimarães até o minuto final é uma mostra de que só um veto médico tiraria a jovem dos Jogos, e uma prova de sua importância para o grupo. Lisonjeada, Natália garantiu que não medirá esforços dentro de quadra.
- Fico muito feliz. Isso me dá motivação, dá uma segurança a mais saber que ele conta comigo desse jeito. Estou me preparando. Se depender da minha vontade, vou jogar. Nessas horas, a superação, a vontade do atleta conta mais do que tudo. Na hora do jogo não há dor, não tem nada.
O congresso técnico do vôlei feminino acontece nesta quinta-feira, e o Brasil estreia no sábado, contra a Turquia, na Earls Court Arena. Além das turcas, a equipe tem China, Coreia do Sul, EUA e Sérvia como rivais no Grupo B da primeira fase.


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